Da sabedoria
indígena surge a palavra Caatinga,
que significa mata branca.
A caatinga é uma espécie de floresta que
só existe no Brasil e ocupa uma área aproximada de 844.453 quilômetros
quadrados, o equivalente a 11% do território nacional, nos estados do Ceará,
Bahia, Alagoas, Paraíba, Maranhão, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte,
Piauí e o norte de Minas Gerais. Por aqui vivem 1.487 espécies de animais entre
aves, répteis, mamíferos, anfíbios, peixes e abelhas e aproximadamente 27
milhões de pessoas.
A biodiversidade da caatinga contribui com
a qualidade de vida das pessoas, seja na alimentação, na economia e em diversas
pesquisas com ótimos resultados nos campos farmacêuticos e cosméticos, por
exemplo.
Mas o desmatamento, o avanço do
agronegócio, a utilização de agrotóxicos e queimadas tem fragilizado esse
importante bioma. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), 46% de área de
caatinga já foi desmatada, sendo necessária a criação de mais unidades de
conservação, sejam estaduais e federais. É preciso também capacitar as famílias
que vivem da agricultura sobre técnicas de manejo sustentável e práticas
agroecológicas.
Desde 2009 têm sido criadas as Unidades de
Conservação (UC’s) a nível federal, nos estados de Alagoas, Bahia, Sergipe,
Piauí e Rio Grande do Norte, aumentando em 7,5% a área protegida. Mas isso
ainda não é o suficiente, pois a caatinga continua sendo o bioma menos
protegido do país. Isso porque pouco mais de 1% destas unidades são de Proteção
Integral.
O MMA também tem realizado parcerias como
os estados e dessas iniciativas surgiram parques e estações ecológicas em Serra
Talhada e Serra Canoa (PE) e no Ceará foram destinados recursos para criar
unidades em Canindé e Santa Quitéria.
Existem vários
projetos sobre o uso sustentável de espécies nativas e de viabilidade de
energias renováveis, reduzindo a utilização de lenha ou mesmo que estas sejam
advindas de manejos sustentáveis.
Tudo isso se deve ao
fato do nível de conhecimento sobre a caatinga ter aumentado a cada ano, através
de pesquisas, diagnósticos e de apoio político para a sua conservação,
resultando em ações como a I Conferência Regional de Desenvolvimento
Sustentável do Bioma Caatinga, que mobilizou os movimentos sociais, governos, a
comunidade acadêmica, pesquisadores, setores privados e parlamentares, que
apresentaram estes compromissos na Rio +20.
Assim como o
cerrado, o bioma caatinga ainda carece de marco regulatório que os transforme em
patrimônios nacionais, através de emenda constitucional, assim como a
assinatura do decreto presidencial criando a Comissão Nacional da Caatinga e
tantas outras medidas urgentes.
E hoje, dia 28 de
abril, Dia da Caatinga, é dia de fortalecer as lutas pela sua conservação.
Ricardo
Wagner – Comunicador popular pela Obas/ASA
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