“Só deixo o meu
território na derradeira topic...”
Paródia do poema do
Patativa do Assaré, escrita por Silvanar Pereira
Ontem, 29 de janeiro, representações de movimentos sociais, organizações não governamentais, poder público, estudantes, professoras e professores, agricultoras e agricultores dos municípios que compõem o território do Maciço de Baturité, estiveram reunidos na Unilab - Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, para a Plenária Geral do Colegiado Territorial do Território Maciço do Baturité.
Com direito à mística de boas vindas, onde a realidade do
campo foi retratada, o momento foi de compartilhar experiências apontando e
refletindo suas aplicações e continuidade.
Na mesa de abertura, temas como a escassez da água, projetos
da Unilab em andamento e cajucultura foram pertinentes, provocando as falas
para o debate.
Segundo a professora Rafaela Pessoa, “É importante que a
nossa visão sobre o que está acontecendo seja respaldada pelas vivências da
população”.
Secretário de Desenvolvimento Agrário, Dedé Teixeira |
Ainda sobre a exposição dos temas, o atual secretário de
Desenvolvimento Agrário do Ceará, Dedé Teixeira, apresentou o painel “Ceará da
Gestão Democrática por Resultados”. Dentre as ações prioritárias, citou a
redefinição de recorte territorial como unidades de planejamento e integração
das diversas políticas públicas, lembrando que é preciso pensar na segurança
hídrica como fator fundamental para a implementação dos projetos.
Outro ponto apresentado foi a redefinição do sistema de
planejamento e gestão participativa, envolvendo a organização e
institucionalização de conselhos de desenvolvimento, criando um fundo para cada
território de identidade.
Francisco Nelsieudes (MDA) apresentando o programa. |
O Delegado Federal do Desenvolvimento Agrário do Ceará, Francisco
Nelsieudes Sombra, fez a apresentação do programa “Territórios de Identidade e
seus Impactos no Meio Rural”, além do organograma do Ministério do
Desenvolvimento Rural – MDA. Ele citou os critérios de seleção para os
territórios da cidadania, instâncias e estruturas de gestão e políticas
públicas prioritárias, que vão desde os programas Minha Casa, Minha Vida Rural,
chamadas públicas de ATER (agroecologia e sustentabilidade) à infraestrutura.
Prof. Ribamar conversando sobre projeto "Diálogo dos Saberes" |
Diálogo dos Saberes
Já pela academia, o professor Ribamar Furtado explanou sobre
o projeto “Diálogo dos Saberes”, afirmando que é importante estabelecer troca
de saberes entre a sociedade e universidades, com concepções pedagógicas e
leituras de mundo diferenciadas, com base em Paulo Freire. Com o projeto, as
alunas e alunos passam dois anos em comunidades, como uma residência médica,
elaborando planos de desenvolvimento, e trazem reflexões como: “que campo é
este atual? Há diferenças entre o campo tradicional e o atual? Como revitalizar
os sistemas florestais? Como estão estabelecidas as novas relações familiares
no campo? Há perda dos vínculos com a vida no campo e na agricultura?”.
Segundo o professor Furtado, “A Unilab é a última
universidade do país que se propõe a trabalhar com a agricultura familiar
camponesa”. E ele provoca: “Quem vai empregar esses jovens?”
Profª Clébia Freitas, dialogando sobre a Intesol |
A Economia Solidária como matriz curricular
Essa é a expectativa da professora Clébia Freitas, de
estudantes e de tantas outras pessoas que já estão familiarizadas com a
economia solidária. A professora, que também é coordenadora do Intesol – Incubadora
Tecnológica de Economia Solidária da UNILAB, relatou as estratégias de inclusão
produtiva, e a rede que se forma a partir do conhecimento e desenvolvimento dos
projetos dos bolsistas.
Após
a exposição, o debate foi bem questionador. O representante
do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Aracoiaba,
Silvanar Pereira, lembrou que a participação dos municípios e a organização das
plenárias devem estar melhor articuladas e mais autônomas. “É preciso que a gente
se reúna com mais freqüência e consigamos ser protagonistas das ações de
interesse do Maciço. Não dá para ficarmos esperando que as decisões sejam
tomadas por terceiros, quando a gente é que faz parte do território”, relatou.
Sobre o monocultivo do caju e modelos de desenvolvimento, Silvanar
lembrou que a atividade também se refletiu sobre a exploração do trabalho das
mulheres nas indústrias de beneficiamento do caju, e as grandes florestas de
uma única cultura.
Pelo visto, não faltará temas a se debater. Agora é arregaçar
as mangas.
Agende-se
Próxima plenária –
13 de março em Aracoiaba.
Feira Territorial
de Comercialização – março em Guaramiranga.
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13 municípios compõem
o Maciço de Baturité - Acarape, Aracoiaba, Aratuba, Barreira, Baturité, Capistrano,
Guaramiranga, Itapiúna, Mulungu, Ocara, Pacoti, Palmácia e Redenção.
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Rapaz, isso não é uma reportagem...Mas o Relatório do evento.
ResponderExcluirSó faltou registrar a proposta que apresentei, de que cada município realize uma Plenária Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, para debater o tema. Por sinal, gostaria de solicitar o apoio da OBAS, pelo menos nos municípios onde ela atua.
Parabéns!!!
Depois quero as outras fotos, pois as que fizemos, não ficaram tão boas.
Abraços,
Silvanar Soares
85 - 96046224
Olá, Silvanar!
ResponderExcluirA proposta do nosso blog é, de fato, informar as atividades em que a Obas participa de um modo geral, sem a intenção de relatoria, e que seja complementada exatamente com os comentários, críticas e sugestões.
Seus comentários sempre serão bem vindos!
Quanto as fotos, você pode utilizá-las, desde que citada a fonte: Arquivo/Obas
Se precisar de mais alguma foto, entre em contato conosco. Estamos à disposição!