
Ontem, 12,
cerca de 50 pessoas foram recebidas pelo Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais de Iracema na reunião do
Fórum de Convivência com o Semiárido do Vale do Jaguaribe, para
discutir temas como segurança alimentar, conjuntura atual dos recursos
hídricos, identidade visual do fórum, Semana das Águas, Dia Internacional da
Mulher entre outros.

Com a
colaboração de Malvinier Macedo, que integra o Consea-Ceará (Conselho Nacional
de Segurança Alimentar), foi possível compreender qual o papel do conselho e
sua relevância em nossas vidas. “A caminhada da segurança alimentar está ligada
a convivência com o semiárido, pois para se ter a segurança alimentar é preciso
ter meios para a produção de alimentos, como o acesso à terra e à água”,
afirmou. “É importante que saibamos que a Segurança Alimentar é uma política
pública, e que há uma Lei de Segurança Alimentar, um sistema que deve ser
implementado nos municípios, nos estados e na União, e observados por todos nós”,
enfatizou.

O debate
trouxe à tona as dificuldades mais comuns das agricultoras e agricultores, que
hoje, além de enfrentar um momento de escassez de água, ainda deparam com
burocracias para comercializar os produtos de seus roçados, como a rotulagem,
certificação de produtos orgânicos entre outras. O que comemos hoje e o que
comíamos até pouco tempo foi lembrado como um ponto de muita preocupação devido
ao aumento da utilização de agrotóxicos pelo agronegócio. É preciso mudar esse cenário a partir da
mobilização da sociedade civil cobrando dos parlamentares para que os
incentivos à agricultura familiar sejam efetivamente postos em prática.

A juventude rural
foi lembrada sob a ótica propagada pela grande mídia, que muitas vezes mostra a
agricultura como uma atividade inferior, de sofrimento e miséria, promovendo o
consumismo e a ideia de vida melhor nos centros urbanos, fortalecendo o capitalismo.
Sabemos de inúmeras histórias de bem viver no semiárido protagonizadas por
esses jovens, e a opinião foi unâmime no apoio às escolas de educação
contextualizada para o campo, fazendo referência à autonomia na hora de
plantar, a permanência de sementes crioulas e a cultura local, o reconhecimento
do trabalho e importância das mulheres e o incentivo às práticas agroecológicas.
“É preciso pararmos de usar a expressão pequeno agricultor, pois somos grandes,
em número e em qualidade”, afirmou Jorge Pinto, coordenador da Obas. É preciso
desmistificar essa ideia e promover a agricultura familiar e a agroecologia
como um caminho fundamental para os nossos passos.
Ainda durante
o encontro foi apresentada a programação da 11ª Semana das Águas que acontece
em Barreira, promovida pela Obas, que esse ano estará mais fortalecida com a
presença do FCVSA – Fórum Cearense pela Vida no Semiárido, além de
universidades, associações, sindicatos, instituições religiosas e população em
geral. Trazer para o debate durante uma semana as questões relacionadas a um
bem tão precioso é fortalecer a convivência com o semiárido e ampliar a
resistência.
Sigamos...
Ricardo Wagner
– Comunicador popular pela Obas/ASA
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