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segunda-feira, 14 de maio de 2018

Agricultoras/es participam de capacitação em reuso de águas

Claudenê Lima - Elo Amigo - conversando com participantes da formação




“NOSSO DIREITO VEM, NOSSO DIREITO VEM
SE NÃO VIR NOSSO DIREITO, O BRASIL PERDE TAMBÉM”


Quem nunca viu, ao chegar numa casa no interior, a dona da casa aproveitar a água que lavou a louça para aguar as bananeiras ao lado da cozinha?
Sim... Ainda hoje essa prática é comum, mesmo nas famílias que já possuem cisternas de primeira e segunda água. Isso comprova que as agricultoras e agricultores são eternos experimentadores, que seus saberes se somam e se aprimoram com outras tecnologias alternativas.
Para nossa alegria, a Obas começou a trabalhar com o Projeto de construção coletiva de reuso das águas, transformando os olhares para a convivência com o semiárido. Serão 40 sistemas de reuso a serem implementados em Russas, Pereiro, Ocara, Limoeiro do Norte, Chorozinho e Pacajus.

Durante três dias, as famílias participaram de uma capacitação sobre a construção, manejo e benefícios da tecnologia social. E esse momento contou com a generosidade de dona Angélica, da comunidade Pau Pereira, em Chorozinho, que nos acolheu junto com sua família.
O coordenador e técnico de campo do Elo Amigo, Claudenê Lima Sousa conduziu a formação trazendo sua experiência e paixão pelo projeto, fortalecendo o nosso entendimento do quão é importante ouvirmos as vivências de quem povoa o semiárido. Segundo Claudenei, “A gente ainda não conseguiu se planejar pra não desperdiçar tantos alimentos. O excedente da nossa produção muitas vezes se estraga, vai pro lixo. Será que a gente sabe aproveitar os alimentos?” Ele sugeriu técnicas de congelamento das frutas na forma de polpa e capacitação em beneficiamento de doces, polpas, sucos, geléias, etc. como alternativas a esse desperdício.
Técnicos e agricultores trabalham em mutirão

“Já temos o desejo e agora temos a chance de produzir com qualidade”. A frase é do seu Jeová Portela, da comunidade Bolas de Cima, em Chorozinho. Assim como outras agricultoras e agricultores, seu Jeová não perde o otimismo quando se trata de promover o bem viver no sertão. Ele também arrisca dizer que “precisamos nos planejar para não desperdiçar a água usada. Não é porque agora tá chovendo bem que a gente deve esmorecer. A consciência pelo bom uso da água tem que ser pra sempre”.
Pedreiros montam o tanque receptor da água cinza

E é claro que esses dias de convívio também foram de muitas risadas e conversa ao redor de uma fogueira, em que uma lua tímida só resolveu aparecer bem tarde. O que não impediu que pudéssemos ouvir de dona Angélica a história da comunidade e um pouco sobre sua vida. Em sua fala, ela disse que “tem gente que pensa na agricultura familiar só em produzir pra venda, mas pra mim é pro sustento da minha família. Eu me preocupo com um alimento saudável. E se sobrar é que a gente vende. Mas eu faço mesmo é distribuir com os vizinhos e as pessoas que chegam aqui!”.
A interatividade não era só entre as famílias recebedoras da tecnologia, mas também com os pedreiros. Um dos momentos primordiais foi exatamente a execução da construção, onde todas as pessoas puderam conferir cada etapa do projeto.

Agricultoras observam atentas a construção do minhocário
Agora é aguardar a conclusão das construções com a certeza de que é mais uma tecnologia a serviço do bem viver com o semiárido.






2 comentários:

  1. São tecnologias de convivência com o semiárido e são estas tecnologias que precisam ser implantas nas comunidades rurais trazendo benefícios e qualidade de vida e boa alimentaçao. Que organizações como esta possa olhar para nossos aagricultores/as. Parabéns a Obas por esta iniciativa.

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    1. Isso mesmo, Angélica. As transformações se dão a partir do entendimento de que é preciso unir os saberes e promover a convivência com o semiárido. Sigamos. Há braços...

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