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segunda-feira, 14 de março de 2016

Maciço de Baturité inicia a Semana das Águas

Na última sexta (11), a Unilab - Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira abriu suas portas para receber a comunidade dos treze municípios do Maciço de Baturité, para o Seminário das Águas, promovido pelo Comitê do Maciço.

Segundo Silvanar Soares, um dos organizadores do evento, "é preciso que nós seres humanos, bebedores de água, tenhamos consciência e responsabilidade na sua gestão. Há anos a gente traz essa discussão sobre a poluição e degradação que vem sofrendo as fontes de água e pouco se tem feito. É um jogo de empurrar as responsabilidades, e infelizmente a gente vive à beira de um conflito sobre o abastecimento de água", lamentou.

Apresentação do vídeo - Depoimentos de Silvanar e Dedé
Após um vídeo realizado pelo comitê a cerca de três anos e que permanece muito atual, foi possível debater e refletir o que cada município tem apresentado de dificuldades.


Professora Marciana Barbosa apresenta dados sobre as bacias hidrográficas
Uma das palestrantes convidadas, a profª Marciana Barbosa, que faz parte da Cogerh, apontou em gráficos as realidades dos açudes do nosso Estado, fazendo um recorte para os impactos ambientais na Bacia de Pacajus. A professora apresentou os níveis de armazenamento que não são animadores.  Ela lembrou que "infelizmente ainda temos a cultura de que podemos utilizar a água sem pensar no desperdício" e que "o tratamento que é aplicado hoje não dá conta de tratar a água completamente". Também foi um momento de falar sobre "eutrofização", que é o processo de excesso de vegetação que nasce no leito dos rios, que prejudica a qualidade da água. Foi um momento bastante enriquecedor.

A secretária do STTR de Baturité, Eridan, trouxe suas preocupações com os recursos hídricos como a aplicação de agrotóxicos na comunidade Jucá, o assoreamento do Rio Choró dentre outros crimes ambientais. Ela sugeriu que fosse feito um documento de denúncia ao Ministério Público. 

Isabel e Ana Maria, agentes Cáritas apresentam as campanhas
Continuando a programação, a Cáritas divulgou a Campanha da Fraternidade 2016, e também lançou a campanha permanente - Água nossa de cada dia. As agentes Cáritas Ana Maria de Freitas e Isabel Cristina, apresentaram e distribuíram cartazes para que sejam amplamente divulgados em escolas, associações e vários locais públicos, com o objetivo de informar de forma simples e direta como estão sendo tratados os mananciais de água em nosso Estado. Ana Maria lembrou que a "casa comum, citada na Campanha da Fraternidade, é sobre a nossa responsabilidade com o todo, que transcende a casa, a rua, e se espalha por onde há vida, e como ela deve ser cuidada e preservada”.

Professora e Antropóloga, Jaqueline Pólvora, da Unilab
Seguindo com o ciclo de debates, foi a vez da antropóloga e professora da Unilab, Jaqueline Pólvora, trazer seu olhar sobre o que ocorre em diferentes partes do mundo quando se trata de gerenciamento dos recursos hídricos. A professora citou as pesquisas na área de saneamento, contextualizando o nordeste e a escassez de água, contrapondo ao sul e a abundância. Com esse mote, foi possível perceber que diante das adversidades, as formas se modificam, se adaptam, se reconstroem. Jaqueline ressaltou o "drama ecológico, onde rios e açudes de modo geral são assoreados ou utilizados como esgoto" e provocou: "A água serve da mesma forma pra todo mundo?"

Apresentação do curta "Água e Leguminosas", produzido pela Obas
Ao final, a Obas fez o convite para a XII Semana das Águas em Barreira, apresentando o curta em stopmotion - Água e Leguminosas. 

É preciso que tenhamos em vista as dimensões do quanto estamos desleixados com a natureza e tomemos atitudes urgentes, porque a água como direito está perdendo espaço para a água como mercadoria.

Ricardo Wagner – comunicador popular pela Obas 








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